quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

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Não Há Rosas Sem Espinhos, de Aurélie Valognes | Opinião | 4 Estações 📑

Não Há Rosas Sem Espinhos
Título: Não Há Rosas Sem Espinhos
Título Original: Minute, Papillon!
Autora: Aurélie Valognes
Editora: 4 Estações
Ano de Publicação: 2018
⭐⭐⭐

Rose, 36 anos, celibatária e dedicada a família, depois de perder o pai e o emprego, toma conhecimento que seu único filho de 18 anos, vai sair de casa para ir viver com a namorada. Rose desaba completamente. Busca então uma solução para a sua vida, trabalhar como baby-sitter de um
lulu-da-pomerânia, Pépete, da prepotente Verónique Lupin e ainda cuidar da mãe de Verónique, uma idosa rica e decrépita .O romance relata com muito humor e profundidade, por vezes até de
forma comovente, o relacionamento sem bom senso de Rose com o filho, assim como com as duas mulheres com quem passa a conviver, aliás personagens memoráveis e coloridas.

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Estrear 2019 com uma leitura completamente diferente: check! E apesar de apenas ter levado as três estrelas, a verdade é que foi uma leitura bastante agradável e que me surpreendeu pela positiva.

Não Há Rosas Sem Espinhos conta a história de (imagine-se!) Rose, uma mãe solteira e jovem que de repente vê a sua vida virada do avesso, com a perda do seu emprego e uma oportunidade nova de trabalho, ao mesmo tempo que o seu filho decide ir viver com a namorada que Rose nem conhece. No meio da sua solidão e do seu drama, Rose tem de se adaptar a todas estas mudanças e, ainda assim, conseguir sorrir ao fim do dia. Tudo isto, com a cereja no topo do bolo, que é a morte do seu pai (que podia jurar que nem assistimos, foi só um pega lá mais este fun fact sobre mim).

É um livro bastante... não queria usar a expressão fofinho, mas a verdade é que o é. Dei por mim a rir-me perdida nas suas páginas e até a tolerar Rose, que me parece dramática demais, mas que acabou por me conquistar. Apesar de não gostar da sua relação com Pépette (a sério, que raiva Rose, partiste-me o coração), não consegui deixar de torcer para que se desse bem no final.
Uma leitura bastante rápida e que depressa me encantou. Apesar de estar longe de passar pelo que Rose vive, facilmente consegui encontrar ecos de realidade nas linhas da história. Apesar de ser tudo um pouco cor-de-rosa demais, há que admitir... às vezes um pouco de cor na vida não faz mal nenhum! 😊 Definitivamente, a fluidez da leitura é um dos pontos altos deste romance.

O entusiasmo que o livro me provocou apanhou-me de surpresa, pois ia com expectativas baixas e de repente fui presenteada com um livro que não conseguia pousar. No entanto, é tudo muito previsível e aquele fim matou-me, mesmo do género e viveram felizes para sempre... também o que é demais enjoa!
Fiquei com pena de Verónique e Colette não serem exploradas de forma mais profunda. Sinto que havia ali tanta história para ser contada... mas tive, ao invés disso, algo mais pragmático, como se "é assim porque é assim", e mais nada. Queria mais. Trabalhei até há bem pouco tempo no apoio a idosos e a verdade é que o que se passa entre as duas personagens é assustadoramente real. Ainda hoje li uma notícia de um velhinho que se suicidou pois a mulher morreu e os filhos queriam trancá-lo num lar. Cada caso é um caso, certo, mas há que meter a mão na consciência e perceber esta triste realidade.

Pontos bónus para a belíssima edição; a nível estético, é um verdadeiro gosto folhear aquelas páginas.

Recomendado para quem procura uma leitura leve e que deixa um sorriso na cara, um romance com bastante humor mas que muito provavelmente vai fazer o leitor olhar para o seu próprio umbigo.

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