★★ NA POEIRA DO TEMPO ★★
Então perguntam-me o que é uma «vida de emigrante». Não vamos escrever à Émile Zola, mas na realidade é uma vida com muitos desafios, claro, mais no início, e em geral com muitas dificuldades de trabalho e de vida. Depois pode melhorar a vertente do trabalho e financeiramente, mas a despersonalização mantém-se. É fácil imaginar: um homem que após vinte anos a viver na terra onde nasceu, com os seus pais e irmãos, e principalmente com a mãe, casado e com filhos, que não vão com ele, que sempre trabalhou em certa atividade, desloca-se para um país totalmente estranho, em princípio muito mais rico e adiantado. O emigrante fica alheado nesse novo país, terá muita sorte se nele se falar a sua língua. Mas as pessoas com que contactou toda a vida, parentes, amigos, vizinhos, estão longe; o tipo de conversa que ele mantém agora é diferente; o trabalho agora é diferente; da comida nem falamos; é um emigrante, e como tal é assim tratado.
Para os nossos leitores!
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