04/11/2016
Opinião | Corações na Escuridão | Laura Kaye
Dois estranhos...
Makenna James acha que o seu dia não pode ficar pior até que no edifício do seu escritório corre para apanhar o elevador. Enquanto se distrai para atender uma chamada o elevador pára e fica às escuras. Makenna encontra-se assim na companhia de um estranho do qual apenas vislumbrou a tatuagem de um dragão numa das suas mãos antes das luzes se apagarem.
Quatro horas...
Caden Grayson diverte-se com esta linda ruiva tão atrapalhada com a sua mala e o telemóvel. Mas logo a diversão acaba quando o elevador se imobiliza e ele, apesar dos seus piercings, tatuagens e cicatrizes, entra em pânico. Agora está preso dentro do seu pior pesadelo… durante quatro horas. Somente abrindo-se com Makenna é que Caden poderá vencer os seus demónios, da mesma foram que Makenna consegue ultrapassar o seu terror do desconhecido. Aos poucos e apesar da escuridão, ambos acabam por descobrir o muito que têm em comum. Na escuridão a atração e o desejo crescem e os dois não resistem a envolver-se com paixão. Mas, perguntam-se, irão sentir o mesmo quando as luzes voltarem? E quando forem salvos do elevador que os aprisiona o que farão?
Este foi o primeiro livro que li desta autora e, apesar das boas opiniões que estava a ler em vários sítios, estava com a pulga atrás da orelha. Já foram muitos os livros que li com as expectativas lá no alto e depois estampei-me ao comprido.
Ora, fico muito contente em poder ser completamente sincera e dizer que adorei este livro. O único senão? Falta-lhe mais páginas. É um livro pequeno demais para duas personagens tão boas e uma história de amor tão sincera e "repentina".
Caden e Makenna conhecem-se em condições adversas. Dentro de um elevador que avaria e fica completamente às escuras durante quatro horas. Nunca se tinham visto antes e o único vislumbre que Makenna tem de Caden é de uma tatuagem em forma de dragão, quando entra de forma atabalhoada no elevador e ele, gentilmente, lhe segura as portas para não se fecharem.
Eis que às escuras nasce uma cumplicidade entre eles os dois. Caden, um homem com traumas do passado e que perdeu duas das pessoas mais importantes da sua vida e Makenna, uma mulher intensa, que apesar de ser activa e empreendedora, vê-se presa numa vida sem emoções e sem interesse. Trabalho e casa, casa e trabalho. Pouco mais ela vive e naquele dia, estava escrito que ela iria conhecer o homem que lhe ia virar a cabeça ao contrário. Um homem marcado por dentro e por fora, que fazia de tudo para afastar os desconhecidos e todos aqueles que pudessem ter ou sentir algum preconceito pela imagem que ele tinha. Tatuagens, piercings, cicatrizes, tudo aquilo fazia parte do "pacote" e ele não estava disposto a abdicar da sua armadura contra o mundo e contra o sofrimento. Naquelas quatro horas fechados, foram capazes de partilhar uma vida toda e ficam a conhecer-se primeiro de "dentro para fora", às escuras. Adorei a forma como eles, principalmente ela, se deixam levar pelo instinto de que foram feitos um para o outro, tanto a nível intelectual como físico. Entre demasiadas emoções às escuras, eis que o elevador começa a trabalhar e eles vêm-se cara a cara e com aquele receio de que uma vez cá fora, cada um ia seguir a sua vida e aquelas quatro horas passariam a ser apenas uma memória de uma aventura num elevador avariado. No entanto, tanto ele como ela, pareciam ligados por fios invisíveis e, era inevitável que eles se apercebessem de que, também cá fora, no exterior daquele elevador eles poderiam complementar-se um ao outro. Apaziguar ambos os corações e construir uma vida a dois, sem que tenham medo de amar e serem amados.
Sinceramente, só não dei as cinco estrelas porque fiquei birrenta porque queria mais de Caden e Makenna fora do elevador. O vislumbre que tivemos deles os dois fora daquele cubículo foi muito pequeno e insuficiente, mas isto é só a minha "ganância" literária a falar mais alto. Adorei a forma como Laura Kaye escreve e será com certeza uma autora a seguir com atenção, daqui para a frente.
(Este exemplar foi gentilmente cedido pela editora O Castor de Papel em troca de uma opinião sincer
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